Eu
estava em busca da minha liberdade quando te
encontrei. Me vi pela primeira vez livre e ao mesmo tempo amando com cada
pequeno órgão do meu corpo.
Ao
entrar em minha vida você foi um sonho bom, como quando sonhei que tinha
ganhado uma passagem para Londres e chegando lá estavam gravando um filme do
Tarantino. Aquele sonho que você acorda desejando que tivesse sido verdade. Que
fosse verdade um dia. Mas nunca é.
Te
conhecer não foi tão bonito assim. Não foi poesia, nem sonho bom. Mas foi
real. Foi ter a pessoa dos meus sonhos em carne e osso. Com mais erros que
acertos, com mais indiferença que cuidado, com mais silencio que
diálogos, com mais saudade que abraços, com mais desculpas que surpresas,
com mais fantasias de um final feliz do que com a realidade de um sonho bom.
Palavras
soltas sobre sentimentos mantidos presos por tanto tempo que já se cobrem de pó
nas estantes do peito. Guardados na tentativa de sufocar a dor de não ter
reciprocidade nos olhos de quem se ama.
Sabemos
que a dor nunca vem sozinha, junto dela sempre vem um aprendizado. Mas é
preciso aprender a libertar-se. Não só o corpo, mas também o que se sente.
Só no
exercício da liberdade compreendemos por inteiro.
E foi quando
me libertei que aprendi que cada um oferece o que tem.
Então perdoei
a mim mesma por ter aceitado tão pouco, me desculpei com você por ter exigido muito
mais do que você jamais seria capaz de me dar e segui meu caminho.
Porque
a vida sempre segue.
Por
mais difíceis que sejam alguns dias, a vida é realmente linda e ela te ensina a
viver se você viver tempo suficiente para aprender.