terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Grandma...

  Adentrei no quarto e ela abriu a boca com ar de espanto feliz. Segurou minha mão firmemente e deu um beijo nela e disse entre murmúrios mudos, pois a fala lhe abandonara fazem dias, o quão fria minha mão estava. Entres seus lábios também se distinguia a palavra saudade.
Fiquei ao seu lado, alegre por vê-la acordada finalmente. De repente ela faz gestos pedindo um papel e um lápis, então começa a escrever como pode, meio junto, meio emendado. A largura da folha era insuficiente para suas poucas palavras em letras grandes.
Terminado o recado ela me estendeu o caderninho e li em voz alta:
" A vózinha continua te amando."
Segurei o choro num sorriso enquanto ela me atirava um beijo com a mão.

Ahh se ela soubesse, se soubesse que eu também continuo a amando e a amarei para todo o sempre... (L)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E Porque Não?...

A sociedade criou padrões ridículos para serem seguidos. Hoje em dia parece que todas as mulheres que quiserem fazer sucesso devem ser gostosas e ter o cérebro do tamanho de uma ervilha.
Os parâmetros que, na maioria das vezes, temos através dos programas de audiência são Panico na TV, Legendários, na época de férias BBB, etc. Combinamos que com estes padrões como fonte de informação não é difícil desviar pobres mentes do caminho mais difícil.
Esses dias eu estava na casa de uns amigos e eles estavam assistindo um tal de "Tudo é possível".
De repente apresentando uma matéria aparece uma guria, a Dani Bolina, que era Panicat num programa da Rede TV, daí recebeu um convite pra participar de um reality show da Record e não avisou ninguém, ou algo assim, sei que ela foi parar na Rede Record.
Quando começou a rodar a matéria, um dos garotos fez uma reclamação.
Não me recordo plenamente das palavras dele, mas ele questionava com veemência “o que é que aquela mulher queria fazendo reportagem?”. Ele dizia que ela não servia pra isso, pois ela era uma reles Panicat (burra).

Eu olhei para ele e disse “E porque não? Só porque ela era Panicat ela está fadada a nunca mais fazer outra coisa da vida?”

Concordo que a reportagem não parecia ter relevância alguma para a vida de qualquer ser humano, mas enfim, ela estava fazendo algo mais do que ficar de biquíni sorrindo e se remexendo no mesmo lugar. A crítica dele era no mínimo machista demais.
Se pensarmos um pouco como a maioria das gurias que querem muito ser famosas:

Qual o jeito mais fácil? 

a) Malhar bastante numa academia, dar risadas de coisas idiotas e responder errado a perguntas fáceis.

b) Ter 1,80 de altura, pesar 45 kg, ser uma modelo super famosa a ponto de alguma emissora te convidar para apresentar um programa de futilidades.
c) Entrar numa faculdade de jornalismo, se ferrar trabalhando para poder pagá-la, torcer para conseguir entrar numa emissora de tv e depois de um bom tempo trabalhando muito ser apresentadora de algum programa de noticias ou entrevistas.

A maioria vai pelo jeito mais fácil, mesmo que algumas não pensem como a maioria, e quando aparece uma oportunidade delas mostrarem o seu trabalho e mudarem aquela imagem horrível de que “uma mulher bonita tem que ser inútil como ser humano”, vêm mentes preconceituosas criadas pela própria sociedade e lhes dizem que elas não servem para isso, ou para aquilo.
Isso é revoltante... No mínimo!
Todos têm o direito de lutar por seus ideais, por seus sonhos. Todos deveriam ter a oportunidade de mostrar seu potencial para aquilo que desejam ser por toda a vida. Se terão competência para isso, ou não(o que já é outra história), seus esforços é que deveriam determinar isso e não a opinião de garotos machistas e demais componentes da nossa sociedade com o conteúdo e a sabedoria de um Domingão do Faustão.



P.S.Metas e sonhos, cada um escolhe o seu jeito de alcançá-los. O importante é nunca desistir deles.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Have Fun With Yourself...


Eram 11h30min, eu estava doida de fome no shopping e resolvi me encaminhar à praça de alimentação.

Dando “folga” a todas as dietas absurdas que eu nunca segui à risca, fui ao Mc Donald’s pedir um nº 4 e ao Bob’s pedir um Milk Shake de Ovomaltine.

Sai faceira com a bandejinha em mãos e fui até uma mesinha para dois com cadeiras altas, de forma que sentada meus pés não alcançavam o chão.

Enquanto eu me deliciava com meu almoço “saudável”, me senti plena de tudo. Tinha oxigênio, saúde, um Cheddar McMelt e milk shake saboroso e o mais importante: amor próprio.

Aquele era, apesar de simples, um momento meu, no qual desfrutar de minha própria companhia me fazia bem.

Então, curtindo o momento, observei as pessoas indo e vindo, sentando e deixando suas mesas. Comecei a me por no lugar daquelas que por mim passavam, pensando qual a figura que elas talvez tivessem de mim.

Olhando a minha volta com mais atenção percebi que em toda a praça de alimentação a única pessoa sozinha a comer era eu. Todos com seus filhos, maridos, amigos, mas nunca sozinhos.

Naquele momento me deu uma sensação ruim, de solidão, cheguei a por a mão no bolso para pegar o celular, ligar para alguém (e não parecer tão “excluída da sociedade”, ou mais uma “forever alone” como dizem), mas parei.

De repente voltei daquele devaneio, dei uma bela mordida no meu Cheddar McMelt, balancei meus pés na cadeira alta como se eu tivesse cinco anos de idade e pensei:

Foda-se eu to feliz.

:)