quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Estado Civil: Feliz...


-Você é tudo o que um dia eu sonhei pra mim, mas eu não te amo mais. – disse ela pousando suas mãos sobre os joelhos numa expressão séria.

Ele permaneceu quieto e cabisbaixo, admirando com certo interesse o seu All Star vermelho.

“Não é você o problema, sou eu”. Ela pensou em dizer, mas preferiu o silêncio enquanto as palavras recém ditas ainda eram digeridas por ele.

Nenhum dos dois falou durante os cinco minutos que se seguiram, ela por medo de ferir mais o coração de quem queria bem, ele por não ter mais o que dizer.

Simples e claramente, aquele era o fim.

Somos ensinados a vida inteira que tudo tem um prazo de validade.

Você vai para a escola e te ensinam a fazer historias com começo, meio e fim. A bolacha recheada tem prazo de validade, o pacote de salgadinho, o remédio, a roupa e o chinelo Havaianas também.

Os seres vivos nascem, crescem reproduzem-se e morrem. Este é o nosso prazo de validade.

E conforme tenho visto o mesmo acontece com os relacionamentos. Antigamente casamentos tinham um mesmo prazo de validade, o clichê de “até que a morte os separe”. O tempo foi passando e, com a liberdade de opinião e de ir e vir, cada um pôde viver e respeitar o seu prazo de validade sem sofrer qualquer tipo de repressão, ou preconceito.

Hoje em dia vejo que minhas meias duram mais tempo que os relacionamentos dos meus amigos. E não importa o quanto dê errado com um, ou com outro, eles estão sempre tentando de novo, incessantemente, dar certo com alguém.

O que seria de nós se tivéssemos casado com aquele nosso primeiro namorado?Alguns estariam super felizes, uns estariam vivendo um verdadeiro inferno, outros estariam solteiros ainda (pois nunca namoraram ninguém).

Eu só vivo um amor quando ele é grande, e ainda assim ele nunca dura o suficiente. Começa com uma paixão avassaladora, depois vem o amor paciente, compreensivo, carinhoso, então começo a me chatear, a pessoa se torna previsível, a situação vai degringolando e ao final de dois anos o amor termina.

Mas o que fazer se sempre depois de dois anos a minha necessidade de solidão fala mais alto?

Antes éramos infelizes no amor por possuir apenas uma chance de ser feliz para sempre, hoje somos infelizes por ter escolhas demais e não se adaptar a nenhuma.

Dizia Fernando Pessoa “Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.”

Devíamos aprender a sermos suficientes para nós mesmos, pois por mais que nossos relacionamentos tenham prazos de validades longos, é conosco que viveremos até o fim. O famoso “me, my self and I”.

Antes de nos preocuparmos em ter um namorado, ou alguém para abraçar a noite, deveríamos nos preocupar em ter paz de espírito e apenas um estado civil: Feliz.


P.S. É claro que é maravilhoso amar e ser amado. Acredito existe a pessoa certa pra gente na nossa vida, mas não podemos passar a vida procurando ela e esquecer de viver a nossa própria, onde o personagem principal é a gente mesmo. Descubra o melhor e o pior de você e aprenda a conviver bem com isso.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Enquanto Isso no MSN...

(12:20) Gustavo: Oooi

como está, amore?

(12:25) Julia B.: Eu to apaixonada. E tu?

(12:26) Gustavo: shuahsuahsuahs

eu estou bem.

Ele, por acaso, é o cara que disse que estava apaixonado por ti, algo assim?

(12:28) Julia B.: Não =/

Ahh se fosse

(12:28) Gustavo: gata, minha dica é: se não for correspondido, RUN AWAY

vindo de alguém que já se apaixonou e tomou muito na cabeça por isso...

Nunca diga que está apaixonada, ou que ama. Minta pra si mesma que não está afim.

(12:29) Julia B.: Sim eu sei

Tipo eu fiquei com ele um dia na festa do Guilherme né?!

ok, isso em dezembro.

Ai quando eu vi ele de novo na Sexta...

Então começou na cabeça dela uma retrospectiva daquela quarta-feira a noite, enquanto ela digitava loucamente para seu melhor amigo o que tinha acontecido.

Ela tinha saido pra se distrair com sua amiga, estava na dela se divertindo quando avistou um homem simplesmente maravilhoso, com cara daqueles galãs de Hollywood.

No mesmo instante ela, que de boba não tinha nada, começou a lançar olhares 43 para o moço. Ele, como se fosse desprovido da ação “perceber” continuava lindo e maravilhoso na dele. Ela se distraiu por um instante e ele havia sumido.

Continuou dançando quando sua amiga chegou para ela e disse “eu tenho alguém para te apresentar, não precisa ficar com ele se não quiser, mas eu achei ele bem gato”.

Ela vai para perto do bar e então se aproxima aquele “monumento”, baixinho, gordinho, careca e com uma cara que parecia que tinha pegado fogo e apagaram a tamancada.

Ela o cumprimentou com educação e conforme ele ia se aproximando, ela ia se afastando pra trás, até que ela bateu com as costelas no balcão do bar. Ela desviou o rosto pra esquerda, desviou o rosto pra direita e viu. Bem a sua direita estava o tal Galã de Hollywood.

Ela toma coragem, pede licença pro filhote de cruz credo, da a volta nele e volta pro balcão do bar. De modo que ela ficou a direita do galã, secando-o incessavelmente .

De repente entra alguém entre ela e o galã e começa a tagarelar. Ela fica “aham, aham”, desviando o rosto do ser que se enfiou ali no meio pra continuar a olhar pro Galã. E o Galã nem a merda.

Obviamente, depois de cinco minutos sem nenhum progresso ela resolveu largar o “Galã de Hollywood” de mão um pouco e ver quem tava falando com ela.

E o cara não era de se jogar fora.

(12:42) Julia B.: Enfim, ai fui ver quem era e o que tava falando, a imundice que tava tapando minha visão do paraíso. Ai pensei "cruu, mas esse é bonito também".

Ai a gente ficou. Ahh ele é demais!

Fiquei faceira na hora, mas fui me apaixonar só depois.

(12:43) Gustavo: já te falei, NEGUE ATÉ A MORTE!

(12:43) Julia B.: Ahh eh! Quero dizer,dai curti fica com ele.



P.S. Sem querer fazer merchandising, era como se ele tivesse chegado para ela e dito “pode ser Pepsi?”.

As vezes a segunda opção te surpreende e te encanta. E pode até te trazer muito mais felicidade do que a primeira que você tanto almejava.

Vale a pena fechar os olhos e seguir em frente para o que te aguarda, não ter medo de conhecer coisas novas, de apostar suas fichas no desconhecido.

As vezes um preconceito é apenas um conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados.

E quanto ao refri, não tem jeito, é Coca-cola e deu! E não me venha com essas porcarias dizendo que é bom também. =P

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Eai, Tá Bebendo?...



A vida é feita de fases.
Fase de jogar videogame com os piás da casa ao lado, fase de beijar na boca (muito), fase de estudar pro vestibular, fase de querer alguém pra chamar de seu, fase de independência, fase de encarar problemas...
...E a maldita fase da Natasha...
...Rayska, Orloff, ou como quiser chamar.
Alguns passam por ela rapidamente, alguns não chegam a ter (evangélicos), outros entram nela e ficam até o fim da vida.
Me encontro numa fase universitária em que o amor apenas não me é suficiente, os amigos me fazem falta, os problemas atingem proporções desagradáveis, os compromissos me tiram o pouco tempo de lazer que me resta e tenho que trabalhar feito louca para poder dar conta das contas.
Não poderia fumar, porque não teria grana nem para pagar o vicio (R$ 4,50 um Marlboro!). Na verdade nem um cachorro para passa fome junto eu tenho.
Beber pra afogar as magoas, pra esquecer os problemas, pra dançar mais despreocupada, pra rir mais alto e ter histórias pra contar. Essa tem sido minha válvula de escape.
Não posso negar que a bebida transforma as pessoas. Faz com que toda e qualquer atitude que lhe venha à cabeça, por mais estúpida que seja, faça todo o sentido. Sei que se eu não dirigir, nem matar alguém, aloprar com algumas Tequilas na cabeça me faz feliz.
Ultimamente quando saio com amigas temos uma meta. Antigamente era “pegar vários”, depois foi “dançar muito”, agora é beber. Beber tudo que tu conseguir (sem passar mal, entrar em coma, dirigir, ou matar alguém) e pagar quase nada por isso.
O dinheiro é sempre curto, então cedo ou tarde você aprende a ser esperta.
Antigamente você ia para uma festa, via um cara lindo e charmoso e tinha vontade de chegar e perguntar “Eai, ta solteiro?”.
Hoje em dia se tem vontade é de perguntar “Eai, tá bebendo?”
Estes dias resolvi sair com uma grande amiga minha, bebemos uma garrafa de vinho antes de sair para garantir uma festa a base de água.
Estamos na nossa ali dançando e aparece um cara de uns 47 anos dizendo “Olá, hoje é meu aniversário, não sou daqui e estou sozinho, não gostariam de beber comigo?”
Lá se foi um baldinho, saímos de perto porque o cara já tava dando nos nervos com a conversa de policial que morava no Amazonas... Ai o Dj resolve distribuir baldinhos pra quem cantava e gostava do gordinho desconhecido que tava no palco. Falamos que não sabíamos cantar, mas dançávamos que é uma beleza a tal musica. Pegamos o primeiro que apareceu, o subornamos com um cerveja do tal balde prometido, dançamos a tal musica e lá se foram mais 6 Skol’s...
Voltamos pro nosso lugar e ai mais dois caras brotaram do nosso lado e perguntaram “Vocês não querem tomar uma tequila?”.
A esta altura fomos até o bar, pegamos a tequila, bebemos de um gole só e fomos pro banheiro. Largamos o copinho na mesa e deitamos cabelo. Nem tchau.
Lá ligamos pra algumas pessoas, minha amiga bebia água e eu passava uma sombra verde por cima de uma marrom nos olhos. Na hora fazia todo o sentido do mundo, beber água da pia, passar sombra de uma guria desconhecida e ligar às quatro da manhã pra perguntar o endereço da própria casa.

P.S. Mas lembre-se: Beba com moderação. ;)