O Sopro da Vela...

Me desculpe pelos versos tortos, as palavras rasas e as frases curtas.

Mas por hora é o que posso lhe oferecer, declarações de tinta e confissões em papel.

Desde o dia em que lhe vi, meus olhos foram seus.

Evitei ao máximo acreditar, sentir e aceitar que aquilo a cada dia me era mais real.

Conhecer você foi como me redescobrir em um corpo estranho, me olhar no espelho e ver uma forma diferente com uma alma semelhante.

Passei a dividir gostos, experiências e sonhos comigo mesma. Passei a me enxergar quando olhava nos seus olhos.

Você colocava um sorriso fácil no meu rosto.

Sua presença me trazia paz e fazia com que tudo parecesse mais simples, mais leve e possível.

Acordar do seu lado era como um dia de verão no mês de maio. Aquele céu azul e aquele calor ameno fora de época, que faz o seu dia mais feliz.

E por mais que você tenha aparecido sem avisar, foi como se de repente eu tivesse lhe esperado a vida inteira.

Então me apaixonei.

Sei que não foram seus olhos claros, suas palavras doces, ou seus abraços apertados que me conquistaram, mas sim a ilusão que criei dentro de mim.

Não há como, de um dia para o outro, colocar o amor no bolso e voltar a viver uma simples amizade. Essas coisas levam tempo.

É difícil voltar atrás, depois que se expande um sentimento.

E agora já é tarde.

Fui novamente partida em dois.

Você soprou a vela, calou a espera,

E dissipou o que viria depois.

E Meu Pensamento Ainda é Seu...

Queimei todas as cartas,

Bebi a mais forte das bebidas.

E mesmo as lembranças embriagadas,

Traziam você de maneiras sortidas.

Viajei pra um lugar distante,

Perdi o rumo numa estrada sem fim.

E no meio do nada por um instante,

Senti você perto de mim.

Voltei para casa triste,

ainda pensando em você.

Aceitei a saudade que existe,

Na sua ausência sem porque.

Quem dera meu pensamento não fosse seu,    

Quem dera dele eu tivesse autonomia.

O faria esquecer-se do dia em que te conheceu,  

E ele viveria só de poesia.

Beija-flor...

 

Os primeiros raios de sol entram pela janela

Tu és meu primeiro pensamento ao acordar,

Levanto com um brilho no olhar,

E então meu dia é teu.

 

 

Das expressões que levo comigo

Tu és meu sorriso ao te encontrar,

Fico distante ao lembrar,

E então meu suspiro é teu.

 

 

Enquanto a lua brilha

Tu és meu ultimo pensamento ao deitar,

Penso em como queria te abraçar,

E então meus delírios são teus.

 

 

Dos sentimentos que guardo comigo

Tu és minha alegria ao vir,

Minha saudade ao partir,

E então meus olhos são teus.

 

 

A vida passa.

O tempo corre.

E eu me perco entre o que ainda tenho e o que eu já te dei.

Tinder...

Em um momento de ócio da minha vida resolvi baixar o tal de Tinder, pra levantar um pouco minha auto-estima. “Vamos ver quantas pessoas vão me curtir”, pensei.

Baixei o aplicativo e logo de cara aparece a opção de entrar pelo Facebook. Procurei outra opção, mas não tinha.

Passou a semana inteira e nada de alguém me “curtir”.

Fui fuçar naquela imundice pra ver o porquê e sai sem querer. Ao entrar de novo resolvi olhar a declaração de privacidade deles, e lá dizia assim:

·         Nós NUNCA publicaremos nada no Facebook sem sua permissão.

·         Os outros usuários NUNCA saberão que você gostou deles a não ser que curtam você de volta.

·         Os outros usuários não podem entrar em contato com você a não ser que já tenham combinado.

Achei justo e ao mesmo tempo me senti idiota por ter esperado a semana inteira alguém me curtir. Dai entrei lá de zoeira e curti duas gurias (que já haviam me curtido de volta).

Sai do aplicativo faceira, pensando “ok, deu dessa porcaria”.

Hoje abro meu Skype e tem uma mensagem de um cara aleatório:

“[08:08:33] live:diegoxxxxti: Olá, te achei no tinder, entrei no teu blog e lá tinha teu "msn" dai te procurei aqui. Bom se quiser bater um papo de boa, tb estudo comex. Bom é isso, um abraço.”

Então reformulando a Declaração do Tinder lá de Privacidade: Os outros usuários PODEM SIM entrar em contato com você mesmo que não tenham combinado, principalmente se estes outros usuários forem Stalkers, psicopatas, ou sem nada melhor pra fazer.
 

Só avisando né, pra abrirem o olho aí pessoal. Tinder, o aplicativo de paquera "perfeito", não é mais tão seguro. ;)

aiushiauhsiuhaiushiauhsiuhaiusha

Querido, Velho Amor...

Ouvi dizer que o amor não acaba, que a vida o transforma. É uma matéria-prima, que vira raiva, ou vira rima.

Acho que nunca foi poesia, apenas uma grande fantasia.

Aquela fantasia bonita, desajeitada, que rima nenhuma é capaz de definir bem.

E foi essa fantasia que eu amei.

Amei nosso primeiro beijo.

Amei a marca de nossos pés na areia da praia.

Amei aquela primeira partida de Top Gear que eu nunca ganhei.

Amei aqueles passarinhos de origami ao sol num sábado na Redenção.

Amei a primeira carta de amor.

Amei todas as juras de amor que fiz e recebi.

Amei aquela ilusão maravilhosa de ser feliz para sempre.

Amei o que fostes para mim e o que deixastes aqui ao partir.

Certas coisas devem ser perdoadas, havendo ou não motivos de perdão.

Então perdoe-me Tempo, por todos os minutos de novas experiências perdidos.

Perdoe-me Velho Amor, por sentir este Novo Amor como se fosse o único em uma vida inteira.

O Procedimento...

O procedimento mal tinha começado e eu já suava frio e tremia, enquanto lágrimas involuntárias me caiam dos olhos.
A mulher me olhou (com até certa compaixão, eu diria) e me disse:
"- Fica tranquila, ajuda se eu te disser que tenho mãos de fada?
- Não.
- Calma, eu sei de uma técnica ótima, tu nem vai sentir nada. Quer ver?! Pensa agora, nesse instante no teu namorado.
- Eu não tenho namorado.
- Mas como não?! Uma menina com um rosto tão bonito. Então me fala sobre o menino que você gosta.
- Não gosto de nenhum menino.
- Então me diz uma coisa que tu goste muito, uma coisa que tu ache muito legal.
- Desculpa, não consigo pensar em nada legal agora.
- Tá, então me fale algo que tu detesta.
- AGULHAS moça, AGULHAS!!!"

Sério, eu tenho pena das pessoas que são designadas a fazer exame de sangue em mim.

Começando sexta-feira com o pé direito...

Estava eu numa parada esperando o ônibus quando dobra a esquina uma senhora maltrapilha, empurrando um carrinho de supermercado cheio de tralhas. Ela me olha, para, larga o carrinho e vem na minha direção fazendo assim: (y)

Já pensei “ihh, isso não pode ser boa coisa”.

Ela então chegou bem pertinho de mim e a cada passo a frente que ela dava eu dava um pra trás, numa caminhada inversa, e ninguém além de nós duas na rua.

- A senhora tem um trocado para me dar?

- Bah, desculpa, mas tenho só o TRI.

- Não, eu não sou uma pessoa inconveniente, eu só quero um trocado!

- Não, eu disse que só tenho o TRI, o cartão do ônibus.

- Tá, já serve.

- Não, eu não posso te dar meu TRI.

-Sabe que uma mulher me chamou de feia?! Tudo bem que eu bebi umas cachacinhas, mas o que eu posso fazer? Vou roubar né?!

-Não, a senhora não pode roubar, roubar não é legal.

- Não?

- Não, não é certo. Por mais que sua vida esteja difícil...

E assim comecei meu diálogo de persuasão às 7h30min da manhã.

Não sei ainda se sou muito boa em argumentação, ou se ela não agüentava mais que eu não calava a boca. Só sei que depois de uns 5 minutos me ouvindo ela deu um suspiro de “que merda” e voltou pro carrinho de supermercado dela e eu pude caminhar uma quadra de volta até a parada e começar “bem” a minha sexta-feira.

A Realidade de Olhos Fechados...

"A lei da gravidade não pode ser responsabilizada pelo fato de uma pessoa cair de amores por outra." Albert Einstein

Não podemos ser responsabilizados por amores platônicos e romances que nasceram na cabeça de outros a partir de um bom dia na rua. Não devemos cultivar sentimentos sem um mínimo de incentivo.

Não há sentido.

Colocamos o outro para dentro de nós, sem perguntar se ele quer entrar. O colocamos num pedestal, no lugar mais lindo dentro de nossos corações acreditando piamente que seremos colocados no mesmo lugar por ele e, se isso não acontece, nos frustramos e queremos a todo custo sermos amados na mesma medida em que amamos.

Não funciona assim, devemos desde o inicio enxergar as coisas como elas são, assim como também deixar a nossa realidade clara ao outro para que ele faça o mesmo.

Se sofremos por não aceitarmos ocupar o lugar que os outros reservam pra nós em suas vidas, sofremos também por criar falsas esperanças naqueles que nos colocam num pedestal, mas vivem em um lugar simples dentro de nós.

Somos responsáveis por aquilo que cativamos e responsáveis pelos sentimentos que cultivamos dentro de nós.

A maioria das dores somos nós mesmos que nos causamos.

A realidade vai muito além do que nossos olhos enxergam quando se está apaixonado.

Da Série: Sonhos Aleatórios...

  Ganhei numa promoção uma viagem para passar o dia em um lugar surpresa.

  Entrei no avião e uma hora depois desci, olhei em volta e percebi onde eu estava: Londres!
  “Ah, que maravilha!” pensei,  e comecei a andar por tudo bem faceira.
  De repente subindo uma rua vejo um cara IGUAL ao John Travolta no filme Pulp Fiction, aliás, ele inclusive estava usando as mesmas roupas do filme. Saquei meu celular para tirar uma foto, mas ele andava muito depressa.
  Segui ele então, decidida a tirar uma foto.
  Ele entrou dentro de um prédio e então eu percebi: Estavam gravando o FILME!
  Entrei atrás com o celular na mão, emocionada já, que estava no prédio do filme.
  Entrei no apartamento do Brett, daquela cena clássica e ele estava vazio. Ouvi alguém gritar “Quem tá aí??”
  Sai ligeiro do apartamento, e ouvi passos apressados em minha direção, corri até uma porta no final do corredor e quando abri ela, ela dava para rua (igual àqueles desenhos que no 10º tem sempre uma porta na parede que tu abre e cai lá embaixo), gelei e sem outra alternativa dei meia volta e lá estava ninguém menos que Mia Wallace (Uma Thurman) toda linda.
  Voltei correndo dizendo “Mia, tira uma foto comigo?? Eu vim do futuro, já vi esse filme mil vezes!!”
  Ela abriu um sorriso e chamou um cara aleatório que estava passando para tirar a foto, entreguei meu celular para ele e fui abraçar ela.
  Então eu abraço ela, ela me olha e me dá aquele beijo. O.O
  Eu só conseguia pensar “que esse cara tenha fotografado isso, que esse cara tenha fotografado isso!”. Fui até o cara pedir meu celular de volta, mas ele não queria me entregar.
  Comecei a discutir com ele enquanto no meu pulso o relógio acusava 18h, eu tinha que voltar pro aeroporto.
  Eu puxava o celular de um lado e ele puxava do outro e meu relógio apitando as 18h cada vez mais alto...
...Até que acordei.

É você...

 

Sabe, isto sempre acontece. Me perguntam e nao sei bem como te descrever...

É ouvir sua musica preferida varias vezes sem interrupções; 

É dar aquele abraço gostoso depois de dias longe; 

É o calor da fogueira num dia frio de São João; 

É beber água depois de correr quilômetros; 

É mergulhar na piscina num dia quente; 

É pisar num bolinho de folhas secas; 

É o perfume gostoso da primavera; 

É ouvir a melhor piada do mundo; 

É dormir e ter bons sonhos; 

É estar apaixonado; 

É rir sem motivos;

É um beijo bom;

É você.

Eterno Negar...

Minha vida ultimamente tem sido um eterno negar:

Negar...

A falta que o bom dia dela me faz

As coisas boas que a presença dela me traz

E aquele brilho no meu olhar 

Negar...

Que seus abraços espontâneos me agradam

E que horas e minutos não passam

Quando ela está pra chegar

Negar...

Que aquele frio na barriga já existe

E que minha vida já não é mais triste

Quando ouço o telefone tocar

Negar...

A beleza que tu possuis em cada traço

Acho da minha vida perdi o compasso

Que desenhava meu caminho ao te encontrar

Monomania...

 

Todos temos uma fase ruim, de dor de cotovelo, na vida. O que nos difere é a maneira como lidamos com isso.

Acredito que a gente atrai aquilo que a gente transmite, que o mundo é redondo e que o bem só chama o bem.

Enfim, era janeiro e eu estava bem mal, com o coração partido, fugindo de tudo e de todos.

Mas eu sou muito, muito romântica.

Estava “navegando” pela internet quando ouvi “Monomania” da Clarice Falcão. Logo que ouvi adorei.

É uma musica muito fofa, romântica e gostosa de ouvir. Só de ouvir ela eu senti uma coisa boa, um amor por dentro, revivi minhas paixões mentalmente e pensei “nossa quando estamos apaixonados somos bem assim”.

Fui em um dos grupos do Facebook que eu tenho e postei essa musica. Pensei: Essa musica não serve para mim no momento, mas há de servir para alguém que esteja amando horrores por aí.

Logo em seguida houveram alguns (vários) comentários abaixo sobre outras musicas, da mesma artista, entre duas meninas que eu não fiz questão de acompanhar. Por preguiça, simplesmente.

Então dia 22 de maio Rrê  Ebina, posta essa mensagem naquele antigo post esquecido: “Preciso comentar aqui, quase 5 meses depois que foi com esse post que conheci a razão de muitos dos meus sorrisos hoje. Obrigada por ter iniciado tudo com essa postagem Ingrid Pitanga.” *.*

Gente que liiiinnnndoooooo, apenas.

Procurei ela e pedi que me contasse essa história e ela me disse:

“Então...

Tudo começou com o teu post, nossa compatibilidade de gosto em relação à Clarice Falcão. É discutível quem adicionou quem: eu digo que foi ela, ela diz que fui eu... Passamos a conversar todos os dias no face, e trocamos número de celular e quando vimos estávamos trocando sms todo o dia, em todas as horas possíveis. Só faltava mesmo a gente se conhecer pessoalmente.

Eis que então surgiu senhor Renato Manfredini, vulgo Renato Russo, para nos unir. Marcamos de assistir "Somos tão Jovens"... Desde então, tem alguma coisa que só cresce em mim, que me encanta e me faz gostar mais, me faz querer estar perto, me faz sentir saudade, me faz querer cuidar dela. Confesso, ainda me sinto confusa, afinal, tudo aconteceu muito rápido. Os sentimentos explodem a cada manhã como um vulcão dentro de mim. Mas a cada sorriso que ela me dá, cada vez que eu faço ela rir, cada abraço (e que abraço), eu sinto que foi isso, um sentimento assim, talvez ela, que eu procurei a vida inteira.”

Depois de ler isso fiquei com aquele sentimento de que espalhar o amor só nos traz bons resultados. 

O amor contagia!

Acredito que coisas boas chamam coisas boas e fico muito feliz que minha musica para “as apaixonadas” acabou por apaixonar novas pessoas.

Sabe, o amor é lindo. O amor ainda vai salvar o mundo, mas é a paixão que nos fará dar o primeiro passo.

Por mais duro e triste que tenha sido o termino do seu relacionamento, não afaste o amor da sua vida, a paixão, o romantismo. Ele tá ali para deixar a vida mais bela, mais singela e o mundo mais agradável.

Para viver um grande amor...

Quando estamos apaixonados queremos agradar, divertir, conquistar, ser perfeito para que o outro sinta por nós, o quanto antes, o mesmo sentimento lindo que sentimos por ele.

Você vai querer saber do que ele gosta e encontrar coisas em comum para justificar o fato de que vocês nasceram para ficar juntos.

É sempre um dilema, ele chega perto de você e você sente, como se tivesse engolido um maço de Halls preto, um geladinho no estomago que arrepia. O mundo parece mais colorido enquanto ele está presente. Você fica nervosa, esquece o que ia dizer, fica vermelha e você:

Não pode demonstrar demais o sentimento para não o assustar.

Não pode demonstrar ciúmes para que ele não se sinta preso.

Não pode falar tudo o que pensa, para não parecer estúpida.

Não pode deixar transparecer qualquer tipo de ansiedade ou insegurança, afinal, você é perfeita para ele e ele precisa enxergar apenas isto.

São tantos “não isso”, “não aquilo” que no fim acaba por não valer a pena tanto esforço.

Aos apaixonados que pensam ter encontrado o amor de uma vida inteira:

Se para conquistar alguém você precisa esconder o que pensa, calar o que sente e negar suas incertezas e inseguranças, talvez seja hora de você prestar mais atenção no que está fazendo.

Senão depois você vai acabar vendo o seu grande amor indo embora dizendo ter se apaixonado por alguém que jamais existiu.

 

Para viver um grande amor não tenha medo de mostrar o que sente e quem você realmente é. São nossas particularidades que nos tornam essenciais aos olhos de quem nos ama. (:

Feliz por nada...

Hoje fazem exatamente seis meses que estou oficialmente solteira. Seis meses que não tenho contato algum com quem namorava. Foram seis meses até então sem nenhum rolinho, ficante, etc. Seis meses alone.
Isso não acontecia comigo desde os meus 16 anos.
Acho que há muitas pessoas como eu, que são, ou foram a maior parte da vida filhas únicas e que assim que começaram a namorar criaram uma necessidade de ter alguém insubstituível.
Desde que tive meu primeiro namoro eu projetei quem seria a pessoa ideal, tive esperança e a partir do momento que via que era a pessoa errada me desesperava, queria outra que fosse a certa e queria para ontem.
Eu escolhi as qualidades que queria em alguém e acreditei que sem esse alguém jamais poderia ser feliz, eu PRECISAVA de alguém pra ser feliz.
Como o tempo muda nossa forma de pensar sobre as coisas, né?!
Hoje eu vejo o quanto eu sou completa, o quanto nasci completa. Me olho no espelho e vejo uma pessoa da qual me orgulho muito. Independente, inteligente, leal e fiel aos meus amigos e ideais, educada, amável com o próximo, alguém que quer o bem de todos.
Hoje eu me amo. Amo muito e sou suficiente para mim
Estou finalmente feliz por nada, feliz por tudo, feliz por todos.
Em paz comigo mesma.
E quando eu for sair para me divertir com meus amigos farei um brinde, não porque seja ruim namorar, mas porque estou feliz e de bem comigo mesma, coisa que não acontecia a mais de 7 anos.

Forget about the pricetag...

Sábado desses fui convidada por uma amiga para uma dessas festas ditas como *TOP* de Porto Alegre.

Chegando lá vi o exato ambiente que deve ter idealizado a música Pricetag. Uma fila enorme de gurias totalmente falsas: altura falsificada por um salto 20, peitos falsos por silicone, bronzeados falsos, sorrisos falsos (não só pelo seu surpreendente branqueamento, mas por sua essência).

Entrei na festa sozinha. A amiga que me convidou já havia entrado na festa, pois era amiga de um desses semi-super-heróis que conseguem free e entram até o horário que a entrada grátis permite.

O interior da festa era adornado por um lustre imenso (que ficava apagado), com uma pista no meio. Nos cantos ficam os camarotes (super caros) e entre eles algumas mesas altas, redondinhas, pequenas e sem cadeiras, que funcionam como semi-camarotes. Semi-camarotes porque são caros, mas não possuem o metro quadrado do camarote em sí (E sim, você fica em pé ao redor daquela mini tábua). Os caras chegam super cedo, reservam a sua mesa e, ao inves de curtir a festa, eles ficam lá, sozinhos, quietos, guardando a mesa como um As de Paus.

A galera com quem eu deveria curtir a festa estava empilhada em volta de uma dessas mesas com um combo (Uma garrafa de whisky e meia duzia de latas Red Bull). A música era um tunti tunti misturado com um suave blim blim que é a tal música lounge que toca no início da festa. As pessoas se sacodem com um copo (que dura por horas) e sorriem excessivamente quando vêem que há um fotógrafo por perto. Porque, todos devem saber, não há reconhecimento maior nesse ambiente do que ser vista e fotografada para aparecer no site da festa. Isso significa que você está arrumada o suficiente para estar lá. Então todo seu esforço valeu a pena!

Detalhe, todas as pessoas da pista tentavam se acotovelar para chegar mais perto desses semi-camarotes para parecerem que estavam dispostas a pagar os quatro ou cinco dígitos necessários para estar lá.

Em volta da mesa em que os amigos da minha amiga estavam tinha uns cinco caras que levantavam seus copos como troféus e lá pelas tantas um deles me ofereceu bebida. Foi aí que a minha amiga cochichou “Não pega, depois eles vão querer dividir a comanda contigo”.

Esse mesmo cara veio conversar comigo. Seu assunto foi basicamente se apresentar, me oferecer goles de bebida e contar que faculdade fazia. Depois disso ele supôs que eu, obviamente, ficaria com ele dizendo “tu tem que curtir a festa comigo” (como se fosse possível curtir aquela festa).

Quando ele percebeu que eu, realmente, não queria ficar com ele, sua expressão passou a ser a de choque e ele saiu balbuciando algumas palavras ofensivas. Pensei “Gente, será que ele pensou que só por ter bebidas isso o tornava um cara interessante? Que absurdo!”.

Mas então olhei ao meu redor e a resposta estava clara como água: Sim, isso o tornava um cara interessante naquele ambiente.

Para mim festa sempre foi um lugar em que a gente sai para se divertir. Um lugar onde tocam musicas que a gente sabe cantar e berra nos ouvidos dos nossos amigos. Onde a gente usa um sapato que nos permita dançar bastante. Onde a gente se arruma para ficar bonita e não para ser vista pelo fotógrafo da festa. Onde a gente compra bebida para beber e não para se exibir. Não é assim que as festas deviam ser? Ainda concordo com o refrão da música que diz “We just wanna make the world dance, forget about the pricetag”.

As pessoas se preocupam demais em ostentar o que são, ou o que querem que pensem que elas são e se esquecem de ser elas mesmas, aproveitar o tempo ao lado de quem elas gostam, de viver e ser feliz.

P.S. Este texto foi escrito com base nas experiências vividas por mim e pela minha amiga Bibiana Warth na noite *TOP* de Porto Alegre.