quinta-feira, 9 de março de 2017

Saudade...

Hoje o dia amanheceu cinza, sem graça e vazio. 
Apesar dos 31 graus que faziam na rua, dentro de mim fazia frio.
Logo pensei “Ah não, ele acordou de novo.”

Durante os dias felizes que tivemos cultivei um pedacinho de você dentro de mim que chamo de Saudade.
Saudade era hiperativo, alegre e nunca dormia. Eu alimentava ele com lembranças e sentimentos sobre você e ele me aquecia o coração com sensações boas e me fazia sorrir nos momentos difíceis.
Quando você foi embora parei de alimentá-lo com lembranças e Saudade foi ficando cada dia mais triste e faminto. E quando ele estava triste, meu dia era triste também. 
Por sorte além de triste, Saudade foi ficando sonolento. 
Começou dormindo uma vez por semana, depois duas, três e então seu despertar se tornou raro.
E hoje, depois de muitos dias, ele despertou novamente. E como de costume acordou triste e com fome.
É em dias como o de hoje que agradeço que nossos caminhos não se cruzam mais e que seu rosto é uma mera lembrança no meu pensamento com formas cada vez mais abstratas.
“O que não é visto, não é lembrado. ” Repito para mim mesma.

Um dia Saudade esquecerá a fome, o seu nome, a tristeza e dormirá o sono mais leve e tranquilo de todos. Para sempre.