segunda-feira, 26 de março de 2012

Um café e um amor...


Eram 14h quando ele entrou no Café, sentou-se e cruzou as mãos sobre a mesa.
Passados 15 minutos ele pediu um café e continuou a aguardar, um pouco impaciente.
Mais cinco minutos e então ela chegou.
Vestia uma calça jeans desbotada, aquela que valorizava tão bem suas curvas, vestia também a camiseta que ele mais gostava, com iniciais pequenas no lado esquerdo do peito. No rosto não trazia nada além se um batom claro e um rimel, que realçava de maneira adorável seus belos olhos. O cabelo vinha preso apenas por uma fivela de flor.
Ela foi até a mesa dele, lhe cumprimentou com educação e ele pode sentir o perfume dela de perto mais uma vez.
Quando se ama alguém, aprendemos a amar o seu cheiro, aquele aroma, perfume que só ele (a) usa. E depois de semanas longe daquele perfume senti-lo novamente enchia o peito dele de uma alegria estranha.
Não era bem felicidade o que ele sentia, era uma sensação de paz e aconchego. Como chegar depois de um dia cansativo e pode deitar numa rede a beira da praia, sentindo aquela brisa levemente salgada e ouvindo o som do mar e alguns pássaros ao longe a cantar.
A sensação foi tão intensa que por um momento ele esqueceu onde estava, ao voltar a si abriu um breve sorriso e começou a falar.
Ela ouvia calma e serena suas palavras, não lhe pretendia interromper. E com o passar dos minutos o silencio o deixava nervoso.
Ele sabia que era o fim, mas aquela esperança lá no fundo insistia em tentar mais uma vez. Talvez uma palavra bonita, um gesto de amor, uma história que não fora contada, ou qualquer outra coisa que lhe viesse em mente poderia fazer ela lembrar dos momentos bons, do sentimento por ora esquecido. Talvez ela esquecesse os erros que ele cometeu.
Afinal, ela tinha ido até ele. Ela estava ali, em sua frente, linda como nunca.
Enquanto ele falava ela pensava em tudo meticulosamente. Tinha um compromisso depois, ele não podia se estender muito.
As palavras por ele ditas, agora já com um certo ar de desespero, não lhe diziam mais nada. Eram cheias de promessas e vazias de confiança. Ela estava ali por consideração.
A uma hora atrás, ao sair de casa, ela tinha feito questão de estar impecável e de passar o perfume que a semanas estava esquecido sobre a penteadeira.
Ela sabia, aquela seria a ultima vez que ele a veria e sentiria o seu perfume.
Se ela fizera isso para ele ter uma ultima impressão bela, ou se para ele se sentir pior do que estava eu não sei.
Prefiro pensar que ela apenas queria ter a certeza de que jamais seria por ele esquecida.

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