Eram 14h quando ele entrou no Café, sentou-se e cruzou as
mãos sobre a mesa.
Passados 15 minutos ele pediu um café e continuou a aguardar,
um pouco impaciente.
Mais cinco minutos e então ela chegou.
Vestia uma calça jeans desbotada, aquela que valorizava tão
bem suas curvas, vestia também a camiseta que ele mais gostava, com iniciais
pequenas no lado esquerdo do peito. No rosto não trazia nada além se um batom
claro e um rimel, que realçava de maneira adorável seus belos olhos. O cabelo
vinha preso apenas por uma fivela de flor.
Ela foi até a mesa dele, lhe cumprimentou com educação e ele
pode sentir o perfume dela de perto mais uma vez.
Quando se ama alguém, aprendemos a amar o seu cheiro, aquele
aroma, perfume que só ele (a) usa. E depois de semanas longe daquele perfume
senti-lo novamente enchia o peito dele de uma alegria estranha.
Não era bem felicidade o que ele sentia, era uma sensação de
paz e aconchego. Como chegar depois de um dia cansativo e pode deitar numa rede
a beira da praia, sentindo aquela brisa levemente salgada e ouvindo o som do mar
e alguns pássaros ao longe a cantar.
A sensação foi tão intensa que por um momento ele esqueceu
onde estava, ao voltar a si abriu um breve sorriso e começou a falar.
Ela ouvia calma e serena suas palavras, não lhe pretendia
interromper. E com o passar dos minutos o silencio o deixava nervoso.
Ele sabia que era o fim, mas aquela esperança lá no fundo
insistia em tentar mais uma vez. Talvez uma palavra bonita, um gesto de amor, uma
história que não fora contada, ou qualquer outra coisa que lhe viesse em mente
poderia fazer ela lembrar dos momentos bons, do sentimento por ora esquecido.
Talvez ela esquecesse os erros que ele cometeu.
Afinal, ela tinha ido até ele. Ela estava ali, em sua
frente, linda como nunca.
Enquanto ele falava ela pensava em tudo meticulosamente.
Tinha um compromisso depois, ele não podia se estender muito.
As palavras por ele ditas, agora já com um certo ar de
desespero, não lhe diziam mais nada. Eram cheias de promessas e vazias de
confiança. Ela estava ali por consideração.
A uma hora atrás, ao sair de casa, ela tinha feito questão
de estar impecável e de passar o perfume que a semanas estava esquecido sobre a
penteadeira.
Ela sabia, aquela seria a ultima vez que ele a veria e
sentiria o seu perfume.
Se ela fizera isso para ele ter uma ultima impressão bela,
ou se para ele se sentir pior do que estava eu não sei.
Prefiro pensar que ela apenas queria ter a certeza de que
jamais seria por ele esquecida.
Adorei, seguindo.
ResponderExcluir