Desde meus 7 anos, minha mãe me incentivava a escrever diários, mas foi só aos 14 que ela me convenceu de vez dessa história.
Comecei a escrever todos os dias da minha vida naquelas folhas coloridas, desde os meus 14 anos até meus 20, que foi quando eu larguei de mão aquilo e de certa forma hoje sinto falta. É muito bom ter aquilo, sério mesmo. Quando tu lembra de alguma coisa engraçada tu vai lá e ta tudo detalhado passo a passo como aconteceu, com detalhes que você talvez nem lembre mais, datas especiais estão lá gravadas pra sempre.
Infelizmente a faculdade, o trabalho, as festas e as amizades me roubaram muito tempo e o diário ficou de lado, mas a vontade de escrever não. Acabei fazendo este blog.
Desde que parei de escrever muita coisa aconteceu na minha vida, mudei três vezes de emprego, sai de casa, mudei de cidade e nada disso foi notificado para meu posterior sucesso ter fontes originais para uma biografia. =P
A umas semanas atrás fui visitar minha mãe, perguntei a ela sobre um carregador de pilhas e ela me mandou olhar numas caixas, no meio da reviria achei uma caixa com todos os meus diários.
Esqueci completamente do que eu estava fazendo e me sentei pra ver aquilo. O tempo voou, acompanhando todas aquelas histórias pude perceber o quanto amadureci e o quanto eu era imbecil com 15 anos.
Algumas histórias são bem legais e resolvi partilhá-las aqui.
Coisas como o primeiro beijo, o primeiro amor, o primeiro passeio de moto, o primeiro porre...
Enfim, coisas pelas quais todos nós já passamos cada um a sua maneira.
Notem nessas histórias toda a ingenuidade deste ser que vos fala, toda a imprudência, a infantilidade e as asneiras que só adolescentes são capazes de fazer.
Tudo o que escreverei será uma cópia fiel de minhas palavras gravadas a caneta, desde as girias toscas até os devaneios incoerentes...
Espero que apreciem um pouco da minha história.=)
P.S. Aprendendo com seus erros, acertos, mas principalmente, vivendo e aprendendo.
13 de Outubro de 2005..
Bah, hoje foi o dia!
Ta fui pra escola...
... Sobrei no time de futebol. Eu odeio joga futebol mesmo, mas é foda escutar: “Só sobrou a Ingrid!”, “Então eu quero a Fran”, “Mas a Fran já foi escolhida.” “Ah! Ta então!”.
Na saída da escola a Katy disse que não tinha dinheiro pro almoço e como minha vó não tava, convidei ela pra almoçar, o Ionathan não tinha onde comer, convidei ele também...
... Moral da história, cheguei em casa com a Katy, Ionathan, Gabriel, Lucas e Bigo e fui fazer o rango... Arroz, feijão e ovo. Hehe
No caminho lá pra casa eles acharam uma garrafa de pinga no chão (provavelmente de algum mendigo esquecido), juntaram umas moedas, compraram uma Pepsi e, assim que chegaram la em casa, se foram lá pros fundos do quintal pra misturar e tomar.
Coloquei o arroz e feijão na mesa e fui pra cozinha fritar os ovos. Quando voltei, coloquei os ovos na mesa e quando fui me servir o Ionathan falou: “ Tu é alérgica a álcool mesmo?”, “Sou”, “Se eu fosse tu não comia o feijão”.
E todos caíram na gargalhada.
Não acreditei que eles tinham feito aquilo! Comi só o arroz e depois mandei todo mundo embora!
Peguei a panela toda de feijão, cavei um buraco no chão lá nos fundos e enterrei (Deus o livre minha vó sonhar que eu botei comida fora).
A garrafa, não sei como, estava em cima da bananeira, tive que puxar o galho pra pegar ela e ao fazer isso o galho quebrou, a garrafa deitou e eu tomei um banho. Peguei a diaba e joguei pro pátio do vizinho.
Após eliminadas todas as provas do crime fui pro banho.
Me lembro deles no outro dia dizendo “Nós estamos muito arrependidos do que fizemos. Estávamos bêbados.”
Acho que todos temos aqueles pequenos “crimes perfeitos” na adolescência, mas o mais estranho é você eliminar provas de um “crime” que nem foi você quem cometeu. Só eu mesmo!
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