quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Vazio da Noite...

Todas as tardes o mesmo acontece,
Um vazio toma conta de mim quando escurece.

Parece que a escuridão da noite penetra no meu ser
Me fazendo parte dela,
Um profundo nada a viver
E já nem tento conviver com ela.

O jeito é seguir em frente e se distrair
Focar a mente em algo e deixar a noite cair.


Pela janela do quarto
me encontro noutro olhar,
que permanece vago
numa mesa de bar.

Não há sorriso em seu rosto
nem vontade no fumar,
agora mudei de posto
e sou a cinza a fumegar.

Apenas o retrato do que não mais existe
Ou do que existiu quando havia calor,
Sou o fantasma branco que persiste
Pendendo no cigarro amador.

Volto para o quarto tudo e permanece igual
Nada em particular,
Só o escuro usual
E uma chuva a tilintar.

Por mais que a noite incomode
Me tenha em agonia e imensidão,
Sei que a luz do dia vem e invade
No outro dia todo o meu coração.


P.S. Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.

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