Acordei com preguiça, levantei 1h depois do horário
usual com aquele pensamento “se tem que ir, tem que ir”. Me vesti com calma e
tomei café no quarto, para aproveitar mais um pouco do calor gostoso que estava
lá.
Na rua chovia fininho e o vento corria gelado.
No caminho para o trabalho, em frente a um estabelecimento
que fica perto da minha casa, sentado no chão havia um senhor grisalho (entre
40 e 50 anos), todo molhado. Com uma mão segurava um copo de café enquanto a
outra tremia (de frio) tentando alcançar o copo com biscoitos que o atendente do
estabelecimento alcançava para ele.
Logo a frente se via o carrinho de papelão “estacionado” na
calçada.
Senti uma dor no peito, uma vontade enorme de pegar ele pela
mão levantar e levar até minha casa (logo ali) para um banho quente. Inclusive
me veio na cabeça um sobretudo super quente que eu não uso mais e algumas
roupas esquecidas por ex namorados.
Mas não, eu não podia fazer isso. “Ingrid, tu tá louca? Não
é só porque tu estás atrasada uma hora para o trabalho, mas porque tu não podes
convidar do nada um estranho pra tomar um banho na tua casa.”
E segui meu caminho com a dor latente no peito.
Até onde podemos fazer algo pelo outro? Até onde nos cabe
ajudar?
As vezes só até dois
copos com café e biscoitos.
Sinto isso diariamente, Ingrid :( queria que a "loucura" falasse mais alto do que a minha, aparente, razão.
ResponderExcluir